Professor Luiz Antônio

Este BLOG foi criado para discutir questões de Língua Portuquesa, principalmente aquelas relacionadas com a leitura e a escrita.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O mais importante é a idéia.

O mais importante numa coluna (entenda-se aqui também num texto) é a idéia. Sem ela, ficamos horas tontos, sem iniciativa, sem nexo causal, penetramos num vazio de náusea.
Quando se alcança a idéia, quando surge a inspiração, o resto é só tarefa de artesanato.
A idéia é o grande clarão transbordante de luz para o processo de criação.
Imagino que os grandes quadros dos grande pintores só começam a ser esboçados quando já sobreveio a idéia do artista.
Já capturada a idéia, é mais fácil pincelar. (Fragmento da coluna do Paulo Santana publicada em ZH de11/12/2008).

A partir desse fragmento podemos entender a importância dada pelo colunista à idéia. E, aproveitamos esse "gancho", para disseminar a importância da leitura no sentido de se garimpar idéias. As mais variadas leituras: livros, jornais, revistas...A idéia é tal qual uma lâmpada, só acende quando há energia. Ou, ainda como o fogo, só arde quando houver matéria. Enfim, a fonte da idéia está na leitura. Do mesmo jeito que a comida alimenta o corpo, a leitura alimenta o cérebro.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A importância da tecnologia



Com base no vídeo que assistimos no curso Proinfo ministrado pelo NTE de Santa Rosa, sobre o desenvolvimento tecnológico promovido por Santos Dumont até a criação do 14 bis, fizemos uma análise comparativa com o surgimento da Internet.
Desse estudo, elencaram-se muitas idéias a respeito do surgimento ao uso dela. Muitos apontaram que ela surge como um recurso altamente capaz de facilitar a vida das pessoas, desde que utilizada de forma correta.
Entre eles, destacou-se em primeiro plano, a idéia de aprimorarmos nossos conhecimentos tecnológicos em benefício da educação. Até porque a tecnologia é uma constante na vida do homem moderno. Inclusive, citou-se como exemplo o gancho utilizado para apanhar frutas como recurso tecnológico mais primitivo.

De outra parte, evidenciou-se que o surgimento do computador contribuiu muito para que o trabalho cotidiano se tornasse mais eficiente, além de economizar tempo, providenciar informações mais precisas e permitir que se realize um trabalho com mais competência, resultado da popularização desse recurso tecnológico.

Dentre as necessidades mais freqüentes, utilizamos o computador para nos comunicarmos através de E-mails, Orkut e Msn. Utilizamos ainda o computador para pesquisar assuntos disponíveis na Internet, baixar músicas, assistir a filmes, também, baixados da Internet e visitar Sites e Blogs de domínio público. Do 14 Bis e do computador de outrora ao avião supersônico e microcomputador que cabe na palma da mão. Até onde?



segunda-feira, 1 de outubro de 2007

COM A INTENÇÃO DE LER

I
Com a intenção de ler


1. A ESCOLHA DO TEXTO

Leitura pressupõe busca de informação. Por isso é importante escolher bem o texto para ler. Para que o leitor se informe é necessário que haja entendimento daquilo que ele lê. Há textos cujo assunto é inteiramente inteligível ao leitor, como os de jornais, revistas não especializadas, etc. Há outros, porém, que a pessoa tenta ler, já sabendo, a princípio, que não entende completamente seu conteúdo. Neste último caso o leitor deve estar predisposto a superar essa dificuldade.
A desigualdade de entendimento se manifesta principalmente quando se tem de “mergulhar” numa leitura criteriosa de texto técnico. Ocorre que, ou se lê um texto dessa natureza como se estivesse lendo um periódico distrativamente, ou se tenta ler visando a um entendimento, sem saber, muitas vezes, como proceder para não perder tempo, sem saber a que cânones obedecer.


2. TIPOS DE LEITURA
A intenção de ler bem o texto técnico conduz o leitor a dois tipos de leitura:
2.1. Leitura informativa
Ao se fazer leitura informativa busca-se respostas a questões específicas. Para obtê-las deve-se:
2.1.1. FAZER LEITURA SELETIVA
Esse tipo se efetiva no momento em que o leitor sabe escolher as idéias pertinentes que complementem o ponto de vista do autor. Para isso é preciso:

2.1.1.1. Identificar, dentro de cada parágrafo, a palavra-chave, pois é em torno dela que normalmente o autor desenvolve a idéia principal. A palavra-chave se situa na sentença tópico, que, quase sempre, é a primeira frase do parágrafo, como, por exemplo:

O reflorestamento tornou-se uma atividade em expansão no país, servida por pesquisas minuciosas e alta tecnologia. Duas empresas paulistas exemplificam bem até que ponto chegou o desenvolvimento no setor. Uma delas exporta, para 40 países, cerca de 15 milhões de dólares anuais de chapas, portas e divisórias. A outra, 20 milhões de dólares em chapas e fibra prensada para os Estados Unidos e a Europa. O faturamento bruto das empresas que utilizam madeira (predominantemente oriunda de reflorestamentos) como matéria-prima chegou a um terço do faturamento bruto da indústria automobilística. Apenas uma empresa mineira plantou, até 1979, 250 milhões de eucaliptos. ¹

1. DESED 70. Banco do Brasil S.A., mai/jun 1980.
1
Neste parágrafo, a palavra chave é reflorestamento, porque é ela que constitui o núcleo da idéia do autor e serve de base para que se derive um grupo vocabular em que todas as outras unidades estejam em relação de inclusão com ela:
Reflorestamento - atividade em expansão - pesquisa minuciosa - alta tecnologia - desenvolvimento - chapas - portas - divisórias - fibra prensada - faturamento - matéria-prima e eucalipto.

Reflorestamento funciona como núcleo do sujeito da sentença-tópico. As outras unidades vocabulares, de acordo com o sentido que possuem no texto, convergem para reflorestamento, formando, assim, um conjunto vocabular que, esquematicamente, sintetiza as idéias expostas.

2.1.1.2. Selecionar, uma vez identificada a palavra-chave principal do parágrafo, as palavras-chave secundárias que são as que estruturam as frases que fundamentam a sentença-tópico e desenvolvem o parágrafo, como no exemplo seguinte:

Um livro é um artefato físico produzido apenas numa sociedade civilizada. As implicações dessa afirmação incluem muitos aspectos históricos. Antes que um autor possa escrever, precisa possuir linguagem e um sistema gráfico para registrá-lo. Nenhuma dessas coisas é invenção sua. Ambas, como já notamos, não passam de convenções arbitrárias da cultura; ambas chegaram às suas formas como resultado de uma longa evolução. Do mesmo modo, a forma do livro através das épocas e os vários métodos de sua fabricação são problemas históricos básicos para a ciência da biblioteconomia. Aqui devem considerar-se não apenas os materiais físicos que foram usados para a recepção dos registros gráficos, mas seus reflexos sobre a utilidade funcional. Tijolos de barro, peles curtidas de papiro, cada um apresenta uma diferente combinação de economia, facilidade de transporte e durabilidade. A lousa, o rolo e o códex divergem muito em suas facilidades de fornecer referências. O crescimento dos aspectos auxiliares do leitor, como lombada da capa, página-título, índice de conteúdo, paginação e índice alfabético resultam de um longo processo evolutivo. ¹
Neste parágrafo, a palavra chave principal é livro e as palavras-chave secundárias são: autor, escrever, linguagem, sistema gráfico (continue).
Observe-se que a escolha vocabular não se faz aleatoriamente, mas justificada por uma seleção vocabular que dá apoio à idéia principal do autor.

1. BUTLER, P. Introdução à ciência da biblioteconomia. Rio, Lidador, 1971, p. 59-60.
2
2.1.1.3. Selecionar, na seqüência do texto, as sentenças-tópico que constituem, de fato, base de informação de cada parágrafo e que, depois de escolhidas, sublinhadas ou destacadas, formam o resumo do texto:

PSICÓLOGA NÃO VÊ RELAÇÃO ENTRE A
VIOLÊNCIA E A TV
Pesquisa da Faculdade de medicina de Juiz de Fora revelou que não se pode relacionar, como é feito, a televisão e o rádio com a violência. Segundo alguns, estes dois meios de comunicação seriam propagadores e incentivadores da violência. De acordo com a pesquisa, elaborada junto a menores da Febem daquela cidade mineira, 68% dos delinqüentes juvenis nunca haviam assistido a um programa seja de rádio, seja de televisão – afirmou Goldberg, especialistas em pesquisas junto à infância e à adolescência.
A gênese da violência urbana, de acordo com o cientista, localiza-se entre as diferenças que caracterizam o meio rural e o urbano. “Freqüentemente, ocorre um choque nos hábitos dos migrantes no seu contato com a cidade. Mudam-se suas referências culturais e o seu comportamento. O choque é, também, recíproco. O habitante da cidade se sente ameaçado, compelido a competir mais onde a concorrência já é acirrada, gerando medo, insatisfação e frustração”, diz o psicólogo.
A desinformação cultural é a grande responsável pela explosão de violência nas cidades, segundo Goldberg. “A sociedade moderna exige do habitante da metrópole alta dose de informação - desconhecida do migrante. Este passa a buscá-la, mas a sociedade não permite um acesso fácil a ela. Isto gera frustração, num primeiro momento que, acumulado, redundas na revolta”, argumenta o pesquisador.
Em seu entender, a problemática da violência e da desinformação decorre da desestrutura do ensino brasileiro. De acordo com dados de uma pesquisa que efetuou em Juiz de Fora, 75% dos estudantes primários que completavam um ano de estudo no grupo central da cidade não tinham condições de escrever seu próprio nome. ³

Agora, diga onde começa e onde termina a sentença-tópico de cada parágrafo:
1º § - vai de______________________________até____________________________
2º § - vai de______________________________até____________________________
3º § - vai de______________________________até____________________________
4º § - vai de______________________________até____________________________

Este texto pode, portanto, ser resumido assim
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3


2.1.2. FAZER LEITURA CRÍTICA

A leitura crítica exige do leitor uma visão abrangente em torno do assunto que está sendo focalizado. É necessário, pois, que se faça uma pré-leitura do material a ser analisado para, então, estabelecer-se diferença entre a sucessão das idéias principais, contidas nas sentenças-tópico.
Ler criticamente significa reconhecer a pertinência dos conteúdos apresentados, tendo como base o ponto de vista do autor e a relação entre este e as sentenças-tópico. Essa pertinência é que permite estabelecer-se uma hierarquia entre a idéia mais abrangente e as que a subsidiam.
O texto seguinte não apresenta divisão paragráfica, contudo verifica-se que a unidade formal que ele apresenta não corresponde à unidade de um parágrafo didático, já que há uma série de idéias acumuladas em um único bloco, que devem ser reestruturadas, tanto pela densidade de informação, quanto pela hierarquia em que devem ser apresentadas.
Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa, dito O), escultor e arquiteto brasileiro (Ouro Preto-MG c. 1730 id. 1814). Filho natural do mestre de obras português Manuel Francisco Lisboa, então considerado o primeiro arquiteto da província.Formação artística e técnica no canteiro das obras do pai; aprendizado com o abridor de cunhos João Gomes Batista e provavelmente com José Coelho de Noronha, que se distinguia nas obras de escultura e talhas nas igrejas mineiras.Na madureza, começou a sofrer de uma enfermidade que, aos poucos, o foi inutilizando e deformando, e cuja natureza é ainda objeto de controvérsias entre especialistas, havendo quem diga tratar-se de tromboangeite obliterante (ulceração gangrenosa das mãos e dos pés). Tendo perdido os artelhos, o Aleijadinho passou a ser carregado, só conseguindo andar de joelhos com dispositivos de couro confeccionados sob sua orientação; com os dedos das mãos perdidos, uns, e quase sem movimento, os outros, mandava que lhe amarrassem diariamente às mãos o martelo e o cinzel, para poder esculpir. Em 1800, firmou Antônio Francisco Lisboa o contrato para a execução de os doze profetas do adro da igreja do Bom Jesus do Matosinho, depois de haver realizado em cedro as sessenta e seis figuras que compõem os passos da Via Crucis, no mesmo Santuário, mais tarde encarnadas pelos pintores Manoel da Costa Ataíde e Francisco Xavier Carneiro (essas figuras estiveram até 1957 sob grosseiras pinturas adicionais, sendo então reconstituídas nas cores originais pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A obra de Aleijadinho pode ser dividida em duas fases, antes e depois de atacá-lo a terrível doença: na fase sã, a deformação das imagens é de caráter plástico, predominando em suas composições o equilíbrio, serenidade e magistral clareza, ao passo que, na segunda fase, (congonhas), as deformações e toda a obra assumem um caráter expressionista. Consta que, nessa última fase, Antônio Francisco Lisboa segregou-se da sociedade, mantendo-se em contato com apenas dois escravos e ajudantes, só andava na rua altas horas da noite ou da madrugada, montado a cavalo, coberto com ampla capa e chapéu desabado. Durante o trabalho, fazia-se ocultar por uma tenda, não permitindo a aproximação de estranhos. Morreu isolado e quase esquecido, conquanto os contemporâneos lhe pressentissem talvez os dotes geniais e a capacidade criadora.. No dizer de Manuel Bandeira, “o diminutivo de Aleijadinho é significativo de pura compaixão e meiguice brasileira. O homem que ele se aplicou nada tinha de fraco nem pequeno: era, em sua deformidade, formidável. (...) Toda sua obra de arquiteto e escultor é de uma saúde, uma robustez, de uma dignidade a que não atingiu entre nós nenhum outro artista plástico”. A partir de 1812, Antônio Francisco ficou impossibilitado de trabalhar, passando seus dois últimos anos de vida entrevado e cego, sobre um pequeno estrado em casa de sua nora. nio Francisco ficou impossibilitado de trabalhar, passando seus dois ra.oberto com ampla capa e chapdantes Depois de sua morte, Aleijadinho foi esquecido por mais de quarenta anos, até que Rodrigo Bretas lhe escrevesse a biografia, publicada em 1858, voltando a ser louvado somente após o movimento de afirmação dos valores nacionais provocado pela Semana da Arte Moderna (1922). Sua obra sempre caracterizada por inspiração dinâmica e barroca, é extensa. (...)¹
Conforme já se disse anteriormente, este texto não apresenta divisão paragráfica. Proceda à divisão do texto em parágrafos, tomando por base uma sentença tópico que norteará cada bloco de idéias em que se venha dividir o texto. Para tal, convém ter em mente que saber diferençar as idéias entre si é fundamental.
Diferençar as idéias significa hierarquizar os assuntos pela ordem de importância, analisar as ligações que os unem e ordenar os fatos ou ações ao longo de um raciocínio.
Para diferençarem-se as idéias é preciso que se conheçam as seguintes etapas:
a) primeiro, distinguem-se as idéias principais das secundárias, depois diferenciam-se as idéias secundárias entre si; finalmente, classificam-se os pormenores que servem de apoio às idéias secundárias;
b) analisam-se as ligações que unem duas idéias sucessivas, distinguindo as idéias paralelas, as opostas, as coordenadas e as subordinadas entre si;
c) ordena-se a seqüência das idéias, observando-se o mecanismo lógico a fim de perceber os mecanismos sutis do autor.

Discuta com o grupo os itens anteriormente enunciados, tomando como base o texto “Aleijadinho” e, em seguida, proceda aos exercícios.
a) O texto pode ser dividido da seguinte maneira:

1º § - de__________________________até_________________________
2º § - de__________________________até________________________
continue:
b) Dê coerência ao texto, escrevendo a ordem lógica em que cada parágrafo deve ocorrer:

1º § - deve ser o que vai de____________________até_____________________
2º § - deve ser o que vai de____________________até_____________________
continue:
c) Escolha dois parágrafos, considere-os como se fossem pequenos textos e dê um título a cada um. Lembre-se que um título expressivo induz à leitura do texto.

2.2. Leitura interpretativa

A leitura interpretativa requer total domínio da leitura informativa. Para que se faça leitura interpretativa é necessário que se reconheçam determinadas capacidades de conhecimento. Este assunto será estudado a seguir.¹
1. Grande enciclopédia Delta Larousse, verbete “Aleijadinho”. Rio, Delta, 1970.

II
Texto e entendimento


Bem, uma vez cumpridas as etapas fundamentais para que se faça leitura informativa coerentemente, deve-se passar à fase seguinte que é a do entendimento do texto. Para isso, serão estudadas as capacidades cognitivas, propostas por Benjamin Bloom et alii. Se bem compreendidas essas capacidades, o leitor ficará apto a entender/interpretar textos e, mais ainda, a redigir com maior segurança.
Entender um texto é compreender claramente as idéias expressas pelo autor para, então, interpretar e extrapolar essas idéias. Nesse momento o leitor deve ajustar as informações contidas no contexto em análise às que ele possui em seu arquivo de conhecimentos.
1. CAPACIDADES COGNITIVAS, DE ACORDO COM BLOOM: ¹

1.1. Compreensão – é a capacidade de entender a mensagem literal contida em uma comunicação. Em um primeiro momento deve o leitor ater-se ao ponto de vista do autor, à tese que o autor defende no texto.
1.2. Análise - é a capacidade de desdobrar o material em suas partes constitutivas, percebendo-se suas inter-relações e os modos de organização. É a capacidade de decompor um todo em suas partes, partindo das sentenças-tópico dos parágrafos e suas relações com o texto.

1.3. Síntese – é a capacidade de colocar em ordem os pensamentos essenciais do autor, utilizando-se das sentenças-tópico dos parágrafos, que são as que normalmente sintetizam as idéias do texto. A síntese manifesta-se pela reconstituição do todo, decomposto pela análise, eliminando-se o que é secundário e acessório e fixando-se no essencial. Nesse momento atinge-se o ideal de relacionar e ordenar as idéias, sem a preocupação de seguir rigorosamente a seqüência que elas possuem no texto original, mas com a de que em torno do ponto de vista do autor gravitem todas as outras idéias importantes.

1.4. Avaliação – é a capacidade de emitir um juízo de valor e de verdade a respeito das idéias essenciais de um texto. Manifesta-se por meio de julgamento, de crítica às relações lógicas evidenciadas no texto e sua possível aplicação científica. 1. Bloom, S.B. ett alli. Taxionomia dos objetivos educacionais. Porto Alegre, Globo, 1973, p. 55-165. As noções teóricas de Bloom foram adaptadas para este estudo de texto.

1.5. Aplicação – é a capacidade de resolver situações semelhantes à situação explicitada no texto. Manifesta-se pela habilidade de, ao associarem-se assuntos paralelos, utilizar-se de princípios apreendidos num contexto em contextos semelhantes; é a capacidade que nos garante ter entendido o assunto e nos permite projetar novas idéias a partir dos conhecimentos adquiridos, por meio da criatividade a qual se manifesta pela elaboração de um plano e, em seguida, pela redação de um tema.

Depois de bem assimiladas essas capacidades cognitivas, o leitor estará apto a interpretar e extrapolar, cientificamente, as idéias de um texto.
Interprete o texto seguinte, de acordo com as capacidades cognitivas.
Francês defende pureza da língua com processo contra o “franglais”

Os puristas chamam de poluição do idioma. Os empresários, simplesmente, de estratégia de marketing. Para a lei, é ilegal em alguns setores. Mas para a maioria dos franceses, trata-se de franglais – o uso e o abuso do inglês, especialmente na área comercial.
Os defensores da língua francesa, dispostos a conter a invasão anglo-saxã a seu vocabulário, têm levado empresas aos tribunais por utilizarem palavras inglesas. No mês passado, a Associação Geral dos que utilizam a língua francesa (agulf) acusou uma cadeia de lanchonetes de iludir os consumidores ao introduzir, no cardápio, itens como fingfish, big cheese e coffe drink.
O Tribunal de Paris aceitou a denúncia, com base na lei de 1975 que determina que todos os produtos devem ser rotulados e anunciados em francês. A empresa, a France-Quick, foi condenada a pagar multa equivalente a Cz$ 400 mil. A sentença foi a última vitória da Agulf, um grupo de vigilância, apoiado pelo governo formado por políticos, intelectuais e consumidores, que fiscaliza empresas nacionais e estrangeiras.
-Alguém que compre um big cheese, possivelmente não saberá o que isto contém. E nossos advogados comprovaram que o coffe drink não passa do simples café, só que mais fraco do que o que costumamos beber na França – disse Micheline Faure, porta-voz da Agulf. A associação já ganhou 30 causas nos tribunais.
Empresas estrangeiras que exportam seus produtos para a França têm sido pressionadas por não apresentarem traduções dos textos de suas bulas, manuais e embalagens. O movimento contra a invasão do franglais sempre teve o apoio do Governo francês e a Agluf é subsidiada pelo Escritório do Primeiro-ministro Pierre Mauroy.
No ano passado, o Ministério das comunicações proibiu 127 expressõs de origem inglesa, usadas, principalmente, em emissoras de rádio, televisão, cinema e agências de publicidade. Oficialmente, não se diz mais close-up, mas gros plan, e cameramen são les cadreurs. Mas, no dia-a-dia, o franglais ainda é bastante empregado.
Os empresários falam muito de lecash flow ou lê hot money. As pessoas viajem de lê jet, enquanto uma caminhada é lê footing. Os esportistas le jogging ou le stret-ching (ginástica)
Muitas comissões de lingüistas têm sido formadas para criar expressões francesas que equivalham às inglesas, embora não se tenha conseguido substituir lê weekend por fim de semana (...)¹.

Micheline Faure diz que, em todos os casos, as multas foram mínimas e que a organização está mais interessada na defesa de seus princípios do que em lucros financeiros. Segundo ela, o importante é fazer com que as pessoas saibam que a lei existe, observando que nenhuma multa foi aplicada antes da criação da Agluf, em 1977.
- Nosso objetivo é evitar a poluição do idioma francês, apenas por modismo ou por um gosto esnobe por palavras que não pertencem a nenhuma cultura em particular. 6

1 .FUKUDA, Eiko, Em Jornal do Brasil, 01/04/1984

Interprete o texto, respondendo aos seguintes itens:
a) compreensão: Que tese é defendida no texto?
b) análise: Quais as partes constitutivas do texto?
c) síntese: Qual a síntese ideal deste texto?
d) avaliação: As idéias essenciais do texto merecem crítica? Positiva?
Negativa?
e) aplicação: Em que outro(s) contexto(s) podem ser aplicadas as idéias
essenciais do texto?





2. PLANO DE TEXTO EXPOSITIVO

Ao concluir, parcialmente, os estudos sobre leitura e entendimento de textos, apresentamos um plano-roteiro que lhe servirá de ponto de partida para uma redação leia o texto que serviu de base para este roteiro: REIS FILHO, Nestor G. Quadros da arquitetura no Brasil, p. 87-96.
Tema:
Como se situa a arquitetura brasileira dentro do vertiginoso avanço técnico, econômico e social por que passa nosso país?

1º § - sentença-tópico:
Acompanhando o período de extensa industrialização por que passava o nosso país, a partir da Segunda Guerra Mundial, surge o movimento contemporâneo da nossa arquitetura, que aproveita o momento e os recursos oferecidos pelas circunstâncias para a sua expansão.
déia secundária:
Esse movimento vai acompanhar as crescentes transformações econômicas, sociais e culturais do nosso país.
idéia secundária:
Todos os problemas ligados ao campo da arquitetura e urbanismo são corajosamente enfrentados por nossos arquitetos.

2º § - sentença-tópico
O projeto de Brasília mostra claramente essa evolução e o uso de inovações e o uso de inovação em nossa arquitetura.
idéia secundária:
Já se nota o aproveitamento racional dos terrenos, com distribuição sistemática dos lotes.


3º § - sentença-tópico:
O concreto aparece como uma solução eficiente, conhecida no meio arquitetônico por brutalista.

idéia secundária:
Aliado ao uso do concreto, desenvolve-se o paisagismo.
idéia secundária:
Em residências particulares há inovações em matéria de conciliação de paisagismo e concreto.

4º § - sentença- tópico:
Os sistemas de cobertura passam por mudanças consideráveis.
idéia secundária:
A tendência agora é geometrização dos volumes, ao estilo cubista.

5º § - sentença-tópico:
Uma inovação interessante é a distribuição e composição das residências em atenção ao bem-estar da família.
Idéia secundária
Surge a interpenetração de espaços.

6º § - sentença-tópico:
No plano urbanístico surgem novas alternativas, com uma distribuição inovadora das vias públicas.
idéia secundária:
Buscam-se alternativas funcionais: viadutos, passagens subterrâneas...
idéia secundária:
O sistema de circulação e o acesso aos conjuntos residenciais se apresentam diferentes, contrastando com outras cidades brasileiras.

7º § - conclusão:
Esse é um quadro bem representativo da evolução da nossa arquitetura nos últimos anos, quando, então, passaram a vigorar os princípios de renovação e criatividade. Brasília – vista como um todo – é um elemento-modelo dessa evolução, que também aparece em outras cidades brasileiras, mas em menor escala, pois nelas ainda existem elementos fixos representativos dos velhos padrões que não podem ser eliminados.
(Adaptação) Prof. Luiz Antônio Schaedler









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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Primeira Postagem

Testando os recursos do BLOG